terça-feira, 13 de maio de 2008

Subtil, como os anos a passar

Os anos vão passando subtilmente por mim, nem me dou conta que dia após dia, semana a semana o tempo passa...

Apercebo-me que muito tempo já passou quando páro para pensar, ou quando tenho dentro de mim uma tristeza maior que teima em ficar alojada no meu peito... ai, vejo realmente que já se passaram uns bons anos...
Ao ver fotografias antigas e as mais recentes as diferenças em mim pouco se notam... apenas eu as noto quando encontro uma pequena mancha vermelha no rosto que antes cá não estava...
Sinto no corpo mais facilmente as agruras das mudanças climatéricas, que noutras alturas em nada me incomodavam.
Mas mais que as mudanças fisicas, sinto que os anos passaram quando olho para a minha própria vida... como estou agora, quem sou, e quem fui...
Vejo que muito se passou pelas pessoas que me rodeam... poucas são as mesmas que há dez anos... algumas continuam a ser as mesmas que há cinco anos... e outras tantas são as mesmas de um passado muito recente...
Reparo que o tempo não pára, quando recordo outras gentes que já não estão entre nós... foram para outro plano astral... efectivamente morreram, pois então... o termo é esse morrer...
E subtilmente os anos vão passando por, sem que eu dê conta... às vezes lembro-me que já passaram dez anos... dez anos passam num instante e nem nos apercebemos disso...
Os anos passam subtilmente...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

As palavras do Outro - Homenagem ao Amigo Zeca


ALGUMAS DAS DELE


"Lembras-te daquela “Morena”das casas branquinhas,
onde o Sol se empinou, naquela noite de Abril?
Como cem girândolas estoiravam as “Trovas Antigas” ,
cantadas de boca em boca, em que o “Menino d’Oiro”
ia dizendo duma forma gentil, calma, para que todos
ouvissem, a “Grândola” adormecida, mas sempre acordada
sob aquela “Canção de Embalar” !?
Lembras-te!?
Lembras-te daquela “Morena” que fez despertar do sono
aqueles que, adormecidos, pareciam estar lá para que fosse
ouvida, “Canta Camarada” no “Coro dos Tribunais”, para
Que alguém valente, corajoso, desfraldasse a sua alma à
glória de um povo, para que fosse vista toda a sua obra
de olhos bem abertos, “A Formiga do Carreiro“!?
Lembras-te!?
Lembras-te das estrofes daquela “Morena” em que dizias:
“Vai Maria, Vai” vai, e “ Trás outro Amigo, também”,
para que todos, mas todos, dissessem: “Vejam bem” a dor
da mordaça, por causa dos que nos censuravam, tudo,
sem que fossemos ouvidos e, por isso, “A morte saiu à rua”
quando entendeu!?
Lembras-te!?
Obviamente que, se fosse vivo, lembrar-te-ias!
Nós, aqui presente, te lembramos emocionados.
E lembramos a forma meiga como as cantavas,
transmitindo, abnegadamente as mensagens dum Povo.
por tudo, Amigo. Amigo de longa data, Amigo eterno,
te agradecemos tudo o que nos cantaste,
escreveste e sofreste!
Ah! Zeca, ainda vai ficando aquela: “ O que faz falta…”
Lembras-te?
A malta… não te esqueceu.
A malta, não te esqueceu!
A malta, não te esqueceu!
A malta está viva! Não morreu!"
( Ao Zeca Afonso )
joellira


O Joel enviou-me este texto escrito por ele em homenagem a Zeca Afonso, partilhamos aqui com aqueles que vão espreitandando o Sociedade.Tuga.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Variações para sempre (divagações...)

António Variações, mais um nome que não se esquece e que nos acompanha desde sempre e até à eternidade...
Se fosse vivo teria hoje 63, teria a idade da minha mãe.
Este senhor faleceu no ano de 84 do século XX, tinha eu 3 anos...
Claro que as suas músicas fizeram parte da minha infância, mais tarde estavam presentes na minha adolescência, e agora não passo sem a sua voz.
É recorrente dos Tugas falaram em especial de certos artistas...
Porque será?
É óbvio e está à vista!
MAis umka vez digo: pela sua genialidade e pela obra que nos deixaram e que sempre iremos recordar...
Recordar com uma lágrima nos olhos, com um sorriso aberto, com nostalgia dos tempos que uns viveram e nós (os putos) apenas imaginamos e com a raiva que nos explode no peito porque sentimos na alma as palavras que os génios nos deixaram e que nos traspassam como flexas afiadas...
Quero é Viver
"Vou viver
até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver
Amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será
mais um prazer
e a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com a idade
interessa-me o que está para vir
a vida em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir
encontrar, renovar, vou fugir ou repetir"
(...)
António Variações
Para saber mais:

quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Amigo Zeca Afonso

Quando se fala de José Afonso, este grande senhor da música portuguesa, é muito fácil associá-lo à nossa Revolução de Abril de 74.
Mas Zeca não se pode resumir apenas a um momento da história de Portugal.
Ele é um marco de genealidade pelo homem que foi e pela obra que nos deixou.

Conheçam mais em:http://www.aja.pt/





Traz Outro Amigo Também

"Amigo
Maior que o pensamento

Por essa estrada amigo vem

Não percas tempo que o vento

É meu amigo também

Em terras

Em todas as fronteiras

Seja benvindo quem vier por bem

Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
AquelesAqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também"

Zeca Afonso

terça-feira, 8 de abril de 2008

Ainda a Música - A bela da Gaita


Gaita-de-fole Transmontana - Portugal, Trás-os-Montes

"Gaita-de-fole, Gaita Transmontana ou Gaita MirandesaConstrução: Victor Félix e Mário Estanislau, 2004, Portugal (baseada nos modelos transmontanos dos artesãos Rodrigo Fernandes e Manuel Felício).Materiais: tubos em madeira de buxo gravada e fole de cabrito inteiro.Tonalidade: Sib m; Digitação: aberta.Dois tubos sonoros: bordão
cilíndrico de palheta simples e ponteiro cónico com palheta dupla."


Para quem quiser ficar a saber mais acerca deste instrumento e desta arte:

Música, bela forma de vida

"Estou aprender a ser feliz...aqui eu vou ser niguém me diz..."
Hoje este excerto de uma música tem-me perseguido... não consigo parar de pensar nele...
Na música portuguesa conseguimos sempre encontrar aqueles versos perfeitos que em certos dias nos acompanham 24h, pois não saem da nossa mente... e passamos assim um dia inteiro a cantarolar-los mentalmente.
Apesar de existiram muitas formas de sentir a música, o certo é que cada um a sente à sua maneira, e é inegavel que sem ela o mundo em que vivemos deixava de fazer sentido, ou ficava certamente muito mais pobre.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A dificuldade de um pensamento

Está a ser muito dificil tudo... está ser dificil escrever com a regularidade que eu gostaria...
está a ser dificil arrumar os pensamentos dentro deste armário que é o nosso cérebro...
está a ser dificil reconhecer-me dentro deste novo eu, mais amargo, mais negativo, mais adulto!??
Está a ser dificil conviver ou deixar respirar o meu eu antigo, ou melhor o meu eu criança...
A ponte entre a eu adulto e o eu criança tem uns alicerces muito fraquinhos...
Parece uma crise de identidade tardia... mas quando é que nos damos mesmo conta que algo em nós mudou? e claro, não falo do fisíco, que esse só tende mesmo a envelhecer... Falo da nossa mente, da nossa alma... quando é que damos conta que algo mudou?
A pergutna fica no ar, pois não há uma grande resposta ou a aquela verdade que queriamos que fosse a nossa...
à parte desta crise, há tanto ainda por fazer, coisas que se ambicionam, desejam realizar e estão guardadas numa gaveta do espirito à espera de dias melhores para serem concretizadas...
E tantas são as coisas que se querem fazer que existe uma tendência para a inércia... torna-se aborrecido esta condição de "cá estou, aqui me teêm"... bah! mil vezes baaaaaaaahhh!!!!
Das muitas coisas que há vontade para fazer é a de escrever... mas o espirito está tão cansado de pouco ou nada fazer que até ai tende mais uma vez para a inércia...
O escrever tem que ser uma busca constante dentro e fora de nós... de ideias e pensamentos... busca do saber na actualidade e no passado... busca das palavras dos outros para encontrar inspiração e busca das nossas próprias palavras para exprimir o que está reprimido em tantas horas, dias, semanas e meses de intenso pensar e repensar e repisar certos assuntos e conclusões pouco conclusivas...
Porque não basta querer escrever, tem que se meter mãos à obra e tentar tantas vezes quantas as necessárias para não deixar morrer esta restia de vontade de fazer qualquer coisa com as palavras que nos saltitam na mente atormentada...